Centenas de Profissionais de Enfermagem estiveram reunidos, na noite desta segunda-feira, dia 28, no salão principal do Centro de Eventos Plaza São Rafael na abertura oficial do VI IBAMEUE. Entre as autoridades presentes, o representante do COFEN, enfermeiro Márcio Barbosa da Silva; enfermeiras Rosa Castillo (Panamá), Rosa Sánchez Díaz (Espanha), Beatriz Carvallo (Colômbia), Maria Helena Jardim (Portugal); enfermeiro Luciano Clarizia (Itália); vereador Mário Zacher; Cel. Bulling, da Defesa Civil Estadual; consultora pedagógica Martha Bulling; Izar Muller Behs e Bárbara Nissola, da Escola Factum.
Ponto alto da programação da noite foi o Talk show “Homem x Desastres: organização do sistema de saúde”, momento em que especialistas avaliaram a organização do sistema de saúde frente às repercussões de catástrofes. O evento, promovido pelo COREN-RS, teve como foco a conduta política e social frente ao tema e a relevância da Enfermagem nestas situações.
Participaram da conversa Alexandre Krob, engenheiro agrônomo Diretor Técnico da ONG Curicaca; Fernando Costa, Chefe Nacional de Socorros e Desastres da Cruz Vermelha Brasileira; Cel. Edar Machado, Coord. do Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Caí; Major Alexandre Santos, Coord. Regional da Área Metropolitana da Defesa Civil do RS; Breno José Machado, enfermeiro Coord. Geral do SAMU – RS; Lélio Falcão, Diretor de Meio Ambiente da Força Sindical e a presidente do COREN-RS, Dra. Maria da Graça Piva.
De modo geral, o que o público presenciou foi um consenso entre os convidados sobre as prioridades que podem fazer a diferença na resposta dos órgãos competentes para minimizar as consequências diante do caos. Prevenção para o risco, qualificação para o atendimento e uso de equipamentos, educação continuada e planejamento municipal compuseram a tônica do debate. Krob lembrou que, no Japão, treinamentos constantes para a população, inclusive crianças, fazem parte da rotina. “Eles conseguiram internalizar na cultura procedimentos que podem reduzir o impacto de catástrofes”, comentou.
“Trabalhar em desastres consiste, basicamente, em prevenção. Como pessoas que podem influenciar o processo de resposta da sociedade, precisamos estimular a percepção de risco da população”, defendeu Costa.
Para que essa engrenagem funcione, a qualificação dos profissionais é uma peça indispensável. “Educação é fundamental. Não adianta dispor de tecnologia e equipamento se o profissional não souber usar”, ressaltou Breno Machado. Santos corroborou: “A Defesa Civil tem de estar estruturada e dispor de conhecimento técnico e recurso humano, que é o capital principal”.
No que concerne à educação em Enfermagem, Dra. Piva foi incisiva, sustentando que hoje não existe formação específica que prepare para o atendimento e gerenciamento de caos. A presidente do Conselho afirmou que, se não existir gerenciamento, se cada um não souber seu papel, a assistência não vai funcionar adequadamente. “Se eu posso, enquanto profissional, aprender e fazer o certo e posso ter o melhor para o paciente, é isso que a Enfermagem irá buscar; é um direito e um dever”, sentenciou. Eventos internacionais como o IBAMEUE são organizados neste sentido, para que profissionais e estudantes da área tenham alcance ao conhecimento em urgência e emergência atualizado e construtivo.
|