27/01/2012 - Número de Transplantes no RS cresce mais de 20% em 2011 |
No ano passado, segundo os dados da Central de Transplantes do Estado, da Secretaria Estadual da Saúde, o Rio Grande do Sul apresentou um crescimento de 20,8% no número de transplantes. Foram computados 1.737 órgãos e tecidos (córnea e medula) transplantados, 299 a mais do que em 2010. "Vivemos um momento bom de crescimento, que tem se sustentado nos últimos dois anos", afirma a coordenadora da Central de Transplantes, Rosana Nothen. Entre os resultados, ela destaca os transplantes de medula óssea e de córneas. No caso da medula, o número de transplantes realizados subiu 35%. Foram 155 procedimentos em 2011, 40 a mais do que no ano anterior. Em relação às córneas, o percentual foi de 21%. A coordenadora atribui o crescimento nos transplantes de medula óssea à melhoria da capacidade instalada da rede pública, com aumento do número de leitos e de pessoal especializado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A inclusão do transplante de medula óssea no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar também é apontado como um fator que possibilitou esse crescimento de 35%. "A medida foi importante pois proporcionou a desoneração de alguns leitos de SUS e, por consequência, possibilitou um maior número de procedimentos", explica Rosana. Os transplantes de córneas subiram de 757 em 2010 para 918 no ano passado, apesar da estabilização do número de doadores. O aumento está relacionado à otimização na distribuição dos tecidos, o que proporcionou um maior aproveitamento das córneas processadas. O número de notificações de potenciais doadores e de doadores efetivos de órgãos aumentou, respectivamente, 16 e 19%. São os indicadores mais importantes em relação à qualidade do processo de doação-transplante. Embora ainda existam dados oficiais do Ministério da Saúde, o RS deve permanecer em 5º lugar no ranking nacional, posição que ocupava em setembro do ano passado, já que outros estados também cresceram. Fruto de parceria entre os governos federal e estadual, em 2011 a Central de Transplantes do Estado também passou a contar com o suporte de estruturas descentralizadas, as chamadas Organizações de Procura de Órgãos (OPOs). São seis unidades já implantadas em hospitais gaúchos, que em 2012 contarão com o reforço de uma sétima unidade, totalmente financiada pelo Estado . Elas têm cobertura regional, sendo três atuando na Grande Porto Alegre, além de Lajeado, Passo Fundo, Rio Grande e em breve no município de Caxias do Sul. Cada uma tem sob sua responsabilidade o apoio aos hospitais de sua região, onde as equipes formadas por médicos intensivistas e enfermeiros auxiliam na identificação de possíveis doadores e na viabilização de exames, como a confirmação de morte encefálica no doador, e aqueles necessários à segurança do receptor. Com a implantação das OPOs, entre outras ações, a logística para a concretização dos transplantes apresentou uma sensível melhora, refletida nos números de 2011, e com tendência de crescimento ainda maior neste ano de 2012. Segundo Rosana Nothen, também foi registrado um aumento de quase 20% no número de transplantes realizados com órgãos vindos de outros estados, o que traduz a excelência de nossas equipes, com capacidade de realizar transplantes mais complexos. A Central de Transplantes também reconhece a importância fundamental da sociedade civil organizada e da mídia em várias ações de sensibilização da população e dos profissionais de saúde para a necessidade de viabilizarmos mais doadores, além da inestimável colaboração das Coordenações Intra Hospitalares de Procura e Doação de Órgãos e Tecidos, as CIHDOTTs. "Nossas listas permanecem com milhares de pacientes, que chegam em maior número do que conseguimos transplantá-los", diz Rosana. "Buscamos alternativas para oferecer melhores condições a quem trabalha na identificação de doadores e busca de órgãos e tecidos. Temos um enorme potencial para equacionarmos melhor a demanda de transplantes se trabalharmos com o apoio de hospitais e profissionais de saúde", relata a coordenadora da Central de Transplantes. Segundo Rosana, a tradição da população gaúcha demonstra que, quando solicitada, ela responde ao apelo de demandas sociais justas. Nosso sistema de transplantes é um patrimônio nacional, e cabe a toda a sociedade defendê-lo", finaliza a coordenadora da Central de Transplantes. Relação de transplantes realizados em 2011: Rim (doadores cadáveres) - 392 Fonte: Central de Transplantes do Estado (25.1.2012) |