O Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul entregará hoje (17/02) os principais apontamentos do relatório da fiscalização sobre a situação do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. O documento será entregue pelo presidente do Coren-RS, enfermeiro Ricardo Rivero e pelo Secretário do Conselho, enfermeiro Claudir Lopes, em mãos para o presidente da Comissão, vereador Dr. Tiago, antes do início da audiência pública de prestação de contas da Secretaria Municipal de Saúde, as 19h, no Plenarinho da Câmara de Porto Alegre. Entre outras informações o relatório aponta que o HPS tem carência de pelo menos 240 técnicos de enfermagem e mais de 30 enfermeiros. O documento já foi entregue há mais de 60 dias par a gestão do Hospítal. O Conselho também irá acompanhar a prestação de contas da SMS.

Na última sexta-feira, dia 14 de fevereiro, o representante do Coren-RS, secretário Claudir Lopes, acompanhou a vistoria que a Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores realizou no HPS. Na ocasião foram verificar as denúncias dos trabalhadores da saúde de que a reforma no prédio estaria atrapalhando o trabalho dos profissionais e afetando até os pacientes. Também ouviram reclamações sobre trabalho insalubre, sobre falta de condições físicas e estruturais, falta de higiene, presença de ratos, pessoal reduzido, falta de local adequado pra descanso e alimentação. A SAMU, por exemplo, está no quinto andar do prédio sem elevador, o que afetaria o tempo de resposta a um resgate. O segundo andar não tem forro e as camas altas quase encostam nos fios, colocando os profissionais e os pacientes em risco de choque elétrico, o soro é armazenado nos corredores, falta profissionais no banco de sangue.

O funcionários também afirmam que o HPS estaria mudando a característica de atendimento: diminuindo o espaço para pacientes clínicos e cardíacos e se transformando em uma unidade exclusiva para atendimento de traumas.  “Isso vai contra toda a história do HPS, que vai completar 70 anos e nesse período sempre foi referência em emergência e trauma”, afirmou o vice-diretor clínico do HPS, Carlos Humberto Cereser. 

Para o representante do Coren-RS, o que acontece no HPS é muito grave. "O Conselho vem apontando problemas de dimensionamento e falta de técnicos e enfermeiros na instituição e a SMS. mesmo tendo feito concurso não chama os profissionais", destaca Claudir Lopes. Para o Conselheiro a sociedade merece mais dignidade e um tratamento mais humanizado e os trabalhadores da enfermagem merecem mais respeito e valorização. "Ouvimos os relatos e nos impressionamos com o grau de assédio moral a que alguns estão submetidos e ao risco que a instituição apresenta para a saúde pública.

Texto e fotos: Fernanda Barth