A Enfermagem do Brasil teve uma vitória importante nesta segunda-feira, dia 22 de novembro, dentro da Semana da Consciência Negra: foi aprovada, pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), a inclusão da informação raça/cor no requerimento de inscrição profissional no Sistema Cofen/Conselhos Regionais (Corens). A medida foi discutida e homologada na 535ª Reunião Ordinária de Plenária (ROP) do Cofen, que está ocorrendo nesta semana em Curitiba (PR).
A demanda partiu do Grupo Técnico (GT) de Enfrentamento ao Racismo na Enfermagem do Coren-RS e foi enviada ao Cofen em 2020, pela gestão 2018-2020 do Conselho, quando o enfermeiro Daniel Menezes de Souza, hoje conselheiro federal, estava à frente da autarquia. “Hoje tive o prazer de estar presente na apresentação e aprovação dessa minuta. Parabéns ao GT e à Enfermagem! É uma vitória importante e muito simbólica, em plena Semana da Consciência Negra”, disse a presidente do Coren-RS, Rosangela Gomes Schneider, que está participando de forma presencial da 535ª ROP.
Mas, afinal, por que essa conquista é tão relevante? No Brasil, a Enfermagem tem gênero e raça: mulheres negras. Do total de profissionais, 85,1% são mulheres e 53% se declaram pretas ou pardas (Fonte: Pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil - 2013. Fiocruz/Cofen). Diariamente, elas sofrem com o racismo estrutural dentro das instituições onde trabalham. Ter a informação da raça/cor no momento da inscrição profissional permitirá ao Sistema Cofen/Corens pensar ações que deem visibilidade a essas profissionais e na adoção de medidas antirracistas.
"Numa sociedade racista não basta não ser racista. É necessário ser antirracista." Filósofa, militante e escritora Angela Davis
Fonte: Setor de Comunicação e Eventos - Coren-RS Jornalista Joanna de Oliveira Ferraz DRT/RS 12.176 |