18/04/2022 - Mobilização pede a inclusão da doação e transplantes de órgãos nos currículos da saúde |
No dia 11, o professor Marcos Fuhr, presidente da Fundação Ecarta, e a coordenadora do projeto Cultura Doadora, Glaci Borges, estiveram reunidos com o coordenador do curso de Medicina da Feevale, Pedro Beria, e a coordenadora do Instituto de Ciências da Saúde da instituição, Caren Mello Guimarães, para apresentar a campanha + Doação e Transplante nos Currículos da Saúde e defender o acolhimento da proposta pela instituição. "Para além do déficit de disposição doadora na sociedade, existem outros problemas que precisam ser enfrentados para qualificar o sistema de transplantes no país e salvar milhares de pessoas", destacou Fuhr. "Um desses problemas é justamente a falta de capacitação de profissionais da saúde para atuarem nesta área", reforçou. A proposta foi muito bem recebida pela equipe que propôs que o tema da doação de órgãos seja o assunto da aula inaugural do Instituto de Ciências da Saúde na abertura do segundo semestre, em agosto. "O projeto Cultura Doadora realizou palestra na Feevale em 2017 e foi muito marcante para os estudantes e a instituição. O assunto é muito importante para todas as áreas do conhecimento", citou Caren, que também realizou seus estudos do mestrado nesta temática. Neste ano, já foram realizadas reuniões com as direções dos cursos da área da saúde da Universidade do Vale do Rio do Sinos (Unisinos), da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí) e da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), instituições que estão avaliando a operacionalização da proposta. "Todas as instituições foram bastante receptivas até o momento", afirmou Glaci Borges. O presidente da Fundação Ecarta salientou que a complexidade dessa modalidade terapêutica exige preparo especializado e constante das equipes de profissionais de saúde envolvidos no cuidado da(o) paciente. "Também devido à grande rotatividade desses profissionais nos centros doadores (hospitais com emergência e UTIs) e transplantadores, as instituições formadoras têm um amplo potencial para o oferecimento de formação complementar e continuada de novos profissionais, inclusive no âmbito da pós-graduação lato e stricto senso", observou Fuhr. Segundo Glaci, poucas instituições de educação superior mantém disciplinas com este conteúdo. "A Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) é a única em Porto Alegre que tem uma disciplina eletiva voltada para todo o processo, da doação ao transplante", apontou. Ela conta que em 2021 foi formalizada uma parceria com o Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren-RS) para que o tema esteja mais presente na categoria que representa 70% dos quadros técnicos que atuam nos transplantes. A lista de espera por um órgão no país é de mais 50 mil pessoas, sendo cerca de 2,5 mil somente no Rio Grande do Sul. O Estado já foi o primeiro em volume de doações e atualmente ocupa a oitava posição no país. O projeto Cultura Doadora oferece suporte às instituições de ensino com sugestão de temas a serem abordados nas disciplinas, um rol de profissionais com amplo conhecimento na doação e transplantes de múltiplos órgãos, assim como transplantadas(os), famílias doadoras, ativistas da área, entre outras(os) palestrantes e subsídios para orientar a formação. Fonte: Extraclasse |