O secretário estadual da Saúde, Osmar Terra, anunciou ontem à tarde a inclusão de mais 23 municípios na área de risco de febre amarela no Rio Grande do Sul. Com isso, o número de municípios situados em áreas de risco já soma 133. "Essa decisão de aumentar as áreas de risco não tem a ver com o número de bugios mortos. Todos os casos suspeitos de contaminação com a doença, que são nove até agora, com três mortes confirmadas, três casos descartados e três em análise, foram notificados no final do ano passado e no início de janeiro. O número de casos até agora é relativamente baixo. Nos últimos 15 dias não tivemos nenhum novo caso de suspeita da doença", afirma Terra.\r\n\r\nAs áreas de risco compreendiam municípios em que ocorreram morte de bugios e as cidades vizinhas. O a umento no número de cidades que passaram a integrar a área se dá em razão de uma ação de precaução da Secretaria Estadual de Saúde (SES). "Por medida de precaução resolvemos fazer um cordão sanitário maior, um bloqueio extra. Essa é mais uma medida de cautela. Nós incluímos agora os municípios vizinhos dos vizinhos das cidades em que foram encontrados bugios mortos. Isso não significa que houve uma piora na situação, pelo contrário. Essa é uma medida acautelatória", ressalta o secretário.\r\n\r\nAté ontem, já haviam sido notificadas 921 mortes de bugios no Estado, a maioria delas por febre amarela, segundo Terra. Cerca de 1,375 milhão de pessoas já foram vacinadas contra a doença. Cada dose da vacina custa R$ 40,00. Terra enfatizou que somente a população das cidades que integram as áreas de risco e quem pre tende viajar para essas regiões devem fazer a vacina. "Ao redor de 5% das pessoas que tomam a vacina têm reações adversas significativas, como mal-estar e febre, sendo necessária até a hospitalização em alguns casos. Por isso nós reafirmamos que quem não vive nessas regiões e não irá para esses municípios não deve se vacinar, pois não corre risco, visto que a doença é silvestre, ou seja, só é transmitida por mosquitos que vivem em áreas de mata", destaca.\r\n\r\nA SES já disponibilizou 90 mil doses da vacina para serem distribuídas para os 23 novos municípios. Ainda hoje devem chegar ao Estado mais 200 doses enviadas pelo Ministério da Saúde. "Em torno de 90% da população das áreas de risco já se vacinou. Com isso, a tendência é de que haja um declínio no risco de infecção. A nossa expect ativa era de chegar a esse número no final do mês. Como campanha, a mobilização irá continuar até chegarmos a 95% de cobertura da vacinação nessas regiões", ressalta o secretário, aproveitando para tranquilizar a população. "Não teremos uma epidemia de febre amarela no Rio Grande do Sul". O secretário também reforçou o pedido à população para que não mate os bugios. "É importante repetirmos que o bugio é uma vítima, assim como os humanos. Ele não transmite a doença. O bugio é um sentinela, ele nos avisa que ali, naquela área, existe o vírus. Se não tiver bugios, nós iremos ficar desprotegidos", destaca.\r\n\r\nMais de dez mil pessoas já se vacinaram na Capital\r\n\r\nA Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou ontem que, em janeiro, mais de dez mil pessoas já receberam imunização 27;o em Porto Alegre contra a febre amarela. Ao todo, a prefeitura disponibiliza sete pontos de vacinação. A maior demanda foi no Centro de Saúde Modelo, que aplicou mais de cinco mil doses. Por isso, a SMS incluiu mais dois serviços de saúde no Centro da Capital: a unidade básica Santa Cecília e o centro Santa Marta. Os outros locais de vacinação são os centros IAPI e Navegantes e as unidades Tristeza e Assis Brasil.\r\n\r\nO secretário municipal de Saúde, Eliseu Santos, destaca que a vacina não faz parte da rotina de imunizações de Porto Alegre porque a cidade é considerada área livre de transmissão da doença. No entanto, a imunização é indicada para as pessoas que forem viajar para áreas de risco e deve ser administrada pelo menos dez dias antes da viagem.\r\nSegundo a coordenadora da Equipe de Imunizações da SMS, Maria Aparecida Villarino, a vacina previne contra a doença por um período de dez anos. "Ela não é inócua, pode provocar reações de maior ou menor grau. Por essa razão, há risco caso uma pessoa receba mais de uma dose antes do prazo de validade", alerta.\r\n |