Após um ano de recordes de casos e mortes por dengue no Estado, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) inicia 2023 em sinal de atenção. No fim de 2022, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde emitiu comunicado alertando sobre o aumento do número de casos notificados de dengue, acima do esperado para a época do ano em que inicia a sazonalidade da doença. Com dados da semana epidemiológica 49 de 2022, a elevação de notificações superava em 11,4 vezes a média móvel do período.

Enfatizando a vigilância da doença, a SES deverá começar a publicar, dentro de dez dias, comunicados semanais sobre o risco da dengue. O objetivo é dar suporte de dados para que os municípios possam também definir as estratégias próprias de enfrentamento. A pasta também deverá realizar um curso de manejo clínico de casos de dengue, voltado à Atenção Primária em Saúde.

O transmissor da doença é o já conhecido mosquito Aedes aegypti. Ainda que sua incidência seja maior nas regiões dos Vales e Missioneira, o problema tornou-se uma questão estadual no ano passado. Dos 497 municípios gaúchos, 454 foram considerados infestados pelo mosquito. Dos quase 67 mil registros confirmados em 2022, 4,6 mil ocorreram em Porto Alegre.

Estatísticas – Pelo menos 66 pessoas tiveram seu óbito relacionado à doença no ano passado. Para se ter uma ideia do avanço, o número é três vezes maior que a soma de mortes dos sete anos anteriores no RS. Entre 2017 e 2019, não houve sequer uma vítima fatal por conta da doença. Porém, de 2020 em diante, os índices – tanto de notificações, quanto de casos e óbitos – aceleraram exponencialmente, conforme o painel da SES.

Fonte: Matinal