O
Ministério da Saúde divulgou nota técnica conjunta sobre a
alimentação de crianças menores de 2 anos, orientando estados e
municípios sobre a importância do apoio à amamentação e à
alimentação complementar saudável em estado de emergência,
calamidade pública e desastres naturais, que agravam a insegurança
alimentar – como a situação vivida pelo Rio Grande do Sul desde
maio.
Evidências robustas
demonstram que o leite humano é rico em imunoglobulinas e fatores
que protegem a criança de infecções, pneumonia, diarreias e
doenças crônicas no futuro, além de contribuir para o
desenvolvimento integral da criança e formação de vínculos
afetivos. “A amamentação impacta positivamente na prevenção de
doenças e é a única ação que, isoladamente, pode reduzir em até
13% a mortalidade de crianças menores de 5 anos por causas
evitáveis”, reforça a nota técnica, divulgada no dia 18.
A nota recomenda que
sejam acionadas as equipes do Sistema Único de Saúde (SUS)
qualificadas para proteger, promover e apoiar a amamentação. “É
papel desses profissionais zelarem para que os direitos humanos das
crianças não sejam violados”, afirma o documento.
“A amamentação é
fundamental para a manutenção da saúde da criança, trazendo
segurança nutricional e conforto afetivo em situações de extremo
estresse. É deve dos profissionais de Enfermagem promover condições
para que ela continue ocorrendo, acolhendo a lactante, orientando
sobre extração manual e priorizando a assistência ao binômio
mãe-bebê”, afirma a enfermeira Ivone Amazonas, da Câmara Técnica
de Enfermagem em Saúde do Neonato e da Criança.
Crianças maiores de
seis meses devem manter a amamentação junto com a ingestão de
alimentos adequados e água potável. De acordo com o Guia Alimentar
para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos,
a criança pode se alimentar dos mesmos alimentos e preparações de
sua família, desde que não haja a oferta de alimentos e bebidas
ultraprocessados.
Confira as
principais orientações:
- Oferecer apoio de
profissionais de saúde em caso de dificuldades com a amamentação; - Devido à situação
de estresse e/ou trauma, o acolhimento e apoio psicológico também
podem ser benéficos para as mulheres manterem a amamentação e o
cuidado com as crianças durante e após o período mais crítico; - Garantir que a
amamentação possa ocorrer sem constrangimentoto ou restrição em
espaços coletivos, públicos ou privados. Caso seja possível,
disponibilizar um lugar que permita mais privacidade para lactantes
que desejam amamentar de forma reservada; - Quando houver
necessidade de resgate de pessoas para retirada de áreas de risco,
sempre que possível, resgatar a criança e a mãe conjuntamente,
especialmente se a criança for menor de 2 anos; - Não se recomenda
a prática da amamentação cruzada, ou seja, quando a criança é
amamentada por outra pessoa que não sua mãe, devido ao risco de
transmissão de doenças; - Em caso de
lactantes que estejam separadas dos seus filhos, estimular a extração
manual do seu leite de 6 a 8 vezes em 24 horas para a manutenção da
produção de leite materno. Nas ocasiões em que essa extração não
for realizada em condições adequadas e não haja como armazenar o
leite materno adequadamente, o leite deverá ser descartado; - Quando houver
interrupção da amamentação, deve-se avaliar a possibilidade de
relactação com o apoio de um profissional de saúde devidamente
qualificado. Para crianças hospitalizadas que estão sendo
amamentadas, é fundamental garantir a presença da lactante, salvo
em situações em que não possa estar presente. Nesse caso, deve-se
garantir o direito da criança ter outro acompanhante,
preferencialmente um familiar; - Garantir que nas
missões de resgate, salvamento e assistência, as lactantes
trabalhadoras tenham tempo de pausa suficiente para amamentar seus
filhos ou extrair seu leite; - Crianças maiores
de seis meses devem manter a amamentação junto com a ingestão de
alimentos adequados e saudáveis e água potável; - Deve-se estimular
a doação de leite humano aos Bancos de Leite Humano em
funcionamento; - É fundamental que
os alimentos sejam armazenados em condições higiênico-sanitárias
adequadas; - Sempre que
possível, buscar informações se a criança possui alguma alergia
ou intolerância alimentar ou outra condição que exija cuidados
específicos para a alimentação.
Fonte:
Ascom/Cofen, com informações do Ministério da Saúde |