A partir do ano 2000, o número de meninas passou a superar o de meninos
infectados pelo HIV. Entre elas, predomína a transmissão via relação
heterossexual, enquanto que no lado dos meninos, principalmente quando
se aumenta a faixa etária para até 24 anos, a forma mais frequente de
transmissão é por meio da relação homossexual.
Nova campanha:
Não por acaso, a campanha de prevenção à aids no carnaval deste ano,
lançada pelo Ministério da Saúde, foi voltada para jovens gays e meninas
entre 13 e 19 anos. Com o slogan Camisinha. Com amor, paixão ou só
sexo mesmo. Use sempre , a campanha reforça a importância de
conscientizar os jovens para o uso do preservativo e para a realização
do teste de HIV.
No lançamento, o Ministro da Saúde José Gomes Temporão falou sobre a
polêmica criada em torno das campanhas voltadas para adolescentes,
principalmente em relação às ações nas escolas. Toda ação de prevenção
que envolve a questão da sexualidade gera polêmica. Mas precisamos
insistir nisso. Fazer a testagem é um direito dos jovens. Qualquer
política de saú de séria tem que estimular o sexo, pois comprovadamente
faz bem a saúde. Entretanto, tem que ser feito de forma consciente .
Segundo Temporão, o programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE) está
entre as ações de prevenção à aids e outras DSTs prioritárias do Ministério da Saúde.
O objetivo é desenvolver estratégias para reduzir a vulnerabilidade dos
jovens, trabalhando a inclusão dos temas saúde reprodutiva e sexual na
educação de jovens das escolas públicas.
Mais vulneráveis:
Diversos fatores explicam a maior vulnerabilidade dos jovens para a
infecção pelo HIV. Entre as meninas, as relações desiguais de gênero e o
não reconhecimento de seus direitos, incluindo a legitimidade do
exercício da sexualidade, são algumas dessas razões. Entre os jovens
gays, falar sobre a sexua lidade é ainda mais difícil, pois precisam
enfrentar o preconceito nos ambientes sociais e, na maior parte dos
casos, dentro da própria família.
Para a diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do
Ministério da Saúde, Mariângela Simão, o aumento no número de casos em
meninas tem uma explicação: uma pesquisa revelou que 30% das meninas
confiam no parceiro. Levar o preservativo na bolsa é muito
desconfortável para elas , conclui Mariângela.
Os dados do Ministério da Saúde apontam, no entanto, para uma redução
da transmissão por drogas injetáveis em jovens de até 19 anos de idade.