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25/04/2023
1,6 milhão de crianças não receberam vacina DTP no Brasil, alerta UNICEF
Baixa cobertura vacinal é um desafio em nível mundial
No
Brasil, 1,6 milhão de crianças não receberam nenhuma dose da
vacina DTP, que previne contra difteria, tétano e coqueluche, entre
2019 e 2021. Globalmente, 48 milhões não receberam nenhuma dose da
DTP entre 2019 e 2021. É o que revela o relatório Situação
Mundial da Infância 2023: Para cada criança, vacinação (The State
of the World’s Children 2023: For Every Child, Vaccination –
disponível somente em inglês:
https://www.unicef.org/reports/state-worlds-children-2023),
lançado pelo UNICEF em 20
de abril. O relatório faz um alerta para a urgência de retomar as
coberturas vacinais no mundo. No Brasil, para a vacina contra a
pólio, também 1,6
milhão não receberam nenhuma dose entre 2019 e 2021.
“Essas
crianças foram deixadas para trás, ficando desprotegidas de doenças
sérias e evitáveis. As crianças nascidas pouco antes ou durante a
pandemia agora estão ultrapassando a idade em que normalmente seriam
vacinadas, ressaltando a necessidade de uma ação urgente para
alcançar aquelas que perderam as vacinas e prevenir surtos e a volta
de doenças já erradicadas no Brasil, como a pólio”, explica
Youssouf Abdel-Jelil, representante do UNICEF no Brasil.
Para
uma criança ser considerada imunizada, ela precisa tomar todas as
doses recomendadas de cada imunizante e as doses de reforço, quando
indicadas. O relatório global usa como base a tríplice bacteriana
(DTP), que conta com três doses. No Brasil, a DTP é oferecida como
“pentavalente”, protegendo também contra hepatite B e contra
haemophilus influenza tipo B.
De
2019 a 2021, 1,6 milhão de crianças não tomaram nem a primeira
dose (DTP1) no Brasil, e outras 700 mil tomaram a primeira e/ou a
segunda dose, mas não tomaram a terceira (DTP3). Isso leva a um
total de 2,4 milhões de crianças não imunizadas. Os dados são
semelhantes para a vacina contra a pólio, que também conta com três
doses. No Brasil, 1,6 milhão de crianças não receberam nem a
primeira dose (VIP1) contra a pólio, entre 2019 e 2021.
“Temos
o grande desafio de retomar as altas coberturas vacinais em todo o
Brasil após o retrocesso que vivemos nos últimos anos. Atualmente,
o Brasil conta com uma cobertura vacinal das mais baixas da sua
história desde a criação do Programa Nacional de Imunizações
[PNI]. Já tivemos 95% de cobertura em relação a vacinas como a da
poliomielite, e agora não chegamos a 60% de crianças vacinadas.
Esse quadro tem que mudar. Para isso, de uma maneira muito clara,
temos de combater o negacionismo em relação a essa proteção dada
pelas vacinas e às fake news que infelizmente têm sido veiculadas
de uma forma irresponsável e criminosa”, afirma a ministra da
Saúde do Brasil, Nísia Trindade.
Os
números brasileiros fazem parte de um desafio global urgente.
Segundo o relatório, o mundo vive o maior retrocesso contínuo na
imunização infantil em 30 anos, alimentado pela pandemia de
covid-19. Entre 2019 e 2021, as coberturas vacinais diminuíram em
112 países. A pandemia também exacerbou as desigualdades
existentes. As crianças que não estão recebendo vacinas vivem nas
comunidades mais pobres, remotas e vulneráveis. Nos domicílios mais
pobres, uma em cada cinco crianças não recebeu nenhuma vacina,
enquanto nos mais ricos apenas uma em 20. O relatório identificou
ainda que crianças não vacinadas vivem frequentemente em
comunidades de difícil acesso, tais como zonas rurais ou favelas
urbanas. Saiba
mais aqui.
Fonte:
Unicef
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